Infância

Desenvolvimento do Comportamento Sexual

Fases do desenvolvimento

Infância

Albert Moll (1862-1939)
Opôs-se veemente à psicanalise e ao seu fundador Sigmund Freud. No entanto, também subscreveu o conceito de sexualidade na puberdade e em 1909, publicou um livro influente intitulado “A vida sexual de uma criança”.

As imagens de ultrassom mostraram fetos masculinos com ereções no pénis, e também encontraram lubrificação vaginal em meninas recém-nascidas. Este fenómeno pode ser chamado de “respostas sexuais” no sentido usado por Masters & Johnson, mas este uso pode não ser muto significativo quando aplicados a crianças. Afinal, a típica reação física e psicológica que associamos agora à excitação “sexual” só aparece mais tarde. Para bebés e crianças pequenas, as muitas experiencias de prazer e bem-estar são ainda muito difusas. Alias, se calhar não é prudente falar sumariamente da “vida sexual de uma criança” como muitos sexólogos fizeram. A sexualidade infantil pode ser mais uma invenção moderna do que é uma descoberta. É melhor entende-la como uma construção cultural, uma nova interpretação de factos biológicos antigos. Idades posteriores veem as coisas de um modo diferentes. Nós sabemos, por exemplo, que em muitas sociedades pré-letradas, e na Idade Média Europeia, pais, avós e enfermeiras masturbavam regularmente as crianças para as acalmar e relaxar. Devemos considerar estes gestos como “abuso sexual infantil”? Os nossos antepassados não teriam compreendido tal interpretação. Alias, quando as crianças se auto-masturbavam, as famílias achavam perfeitamente “natural” aliviando o desconforto como coçar e assoar o nariz. As crianças podem ter tido prazerosas sensações e até ter atingido o orgasmo, mas isto não era visto como experiencia “sexual”. Só se tornou “sexual” no limiar da era moderna, onde a puberdade começou a ser reconhecida como fase especial e protegida do desenvolvimento humano. Isto leva-nos a outra observação pertinente: um adulto com interesse erótico numa criança desconstrói tipicamente a sua necessidade de afeto como “desejo sexual”. A criança, contudo, pode surpreender-se e até chocar-se quando as pretensões do adulto se tornam subitamente claras. As suas espectativas em relação ao encontro afinal estavam erradas. Resumindo, o conceito de sexualidade infantil e é problemática devido a várias razoes. Usada indiscriminadamente, pode levar a equívocos e portanto não devem ser aceites cegamente. Em referência a bebes e crianças, o mundo “sexual” deve sempre ser usado com caução.

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